ESTUDANTE |
PREMIAÇÃO |
CATEGORIA |
OBRA |
MARIA EDUARDA PIRAJÁ RODRIGUES LIMA |
1º LUGAR |
TEXTO ESCRITO – ENSINO FUNDAMENTAL |
A AUSÊNCIA EM PALAVRAS |
O livro Caderno de Um Ausente (2014)
de João Anzanello Carrascoza é um romance em que se traz uma extensa carta de
um pai para uma filha que acabou de nascer. Ele faz parte de uma trilogia, Trilogia
do Adeus, que traz a representação de uma família por meio de uma
escrita carregada de poesia. Caderno de Um Ausente foi
publicado pela primeira vez em 2014, pela editora Cosac & Naify, contendo
128 páginas, tendo sido premiado em 2° lugar na categoria Romance do Prêmio
Jabuti em 2015. O autor dessa história é um dos nomes mais
notáveis da literatura brasileira contemporânea, João Anzanello Carrascoza,
de 59 anos, nascido em Cravinhos, São Paulo. Formado em Publicidade e
Propaganda pela USP, onde é professor, ministrando a disciplina Redação
Publicitária. Ele também é docente do Programa de Mestrado em Comunicação e
Práticas de Consumo da Escola Superior de Propaganda e Marketing. É autor de Aquela
água toda (2012), Aos 7 e aos 40 (2013)
e Elegia
do irmão (2019), entre outros livros. Suas histórias
já foram traduzidas para diversos idiomas e ele já recebeu prêmios
importantes, como os prêmios “Guimarães Rosa” e o da “Fundação Biblioteca
Nacional”. Em “Caderno de Um Ausente”, Bia, para quem se
é feito o caderno, nasce quando seu pai já é mais velho, e, por medo de não
ter tempo suficiente de estar no futuro de sua filha, João, o pai de Bia,
resolve escrever este diário, com relatos de sua vida e dos que vieram antes,
seus familiares. Nesse sentido, além de memórias, Bia
terá acesso a um texto humano, cheio de ensinamentos, e muitas vezes, duro:
“eu não posso te dizer o contrário, que é possível a gente se curar dos
outros - eu, nem de mim, até hoje me curei” (CARRASCOZA, 2014). Seu pai lhe
escreve sobre o cotidiano, sobre a beleza nele que deixamos passar, sobre a
importância de enxergarmos as dádivas que, na maioria das vezes, vêm
travestidas, e que, por isso, é preciso ficar atento para percebê-las. A
escrita do autor é feita de uma maneira sensível. Ela é fluida e traz uma
certa simplicidade, como se as palavras lhe abraçassem. João Carrascoza traz
à tona assuntos que nos tocam de diferentes formas, ele consegue trazer em
palavras as vulnerabilidades que enfrentamos em nossas vidas, nos lembra que
em um mundo cheio de incertezas, nós apenas temos certeza da despedida, de
que as dores estarão lá, e que “o tempo nos nega os desejos e nos avilta os
sonhos, por que não existe a terra prometida se não em nós” (CARRASCOZA,
2014). Nessa perspectiva, o leitor irá reparar, ao longo do livro, algo que o
vai intrigar bastante, que são os espaços em branco. Esses espaços, desse
modo, farão o leitor se questionar o porquê deles, e ao fim do livro, cada um
vai ter sua percepção do que eles significam. Particularmente,
esse livro me envolveu de uma forma que eu não imaginaria que pudesse, me
levou a lugares dentro de mim que estavam adormecidos, é aquele livro difícil
de se esquecer. Assim, recomendo “Caderno de Um Ausente” a todos que
gostariam de se sentir atravessados pela poesia. CARRASCOZA,
J. A. Caderno de um ausente. São Paulo: Cosac Naify,
2014. |
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ESTUDANTE |
PREMIAÇÃO |
CATEGORIA |
OBRA |
FERNANDA CAMYLA CAVALCANTE ALVES |
2º LUGAR |
TEXTO ESCRITO – ENSINO FUNDAMENTAL |
CADERNO DE UM AUSENTE |
Caderno
de um ausente (2014) é a primeira obra da “Trilogia do
adeus” escrita por João Anzanello Carrascoza, uma das maiores figuras
literárias da contemporaneidade brasileira. Publicado em 2014 pela editora
Cosac Naify, Caderno de um ausente (2014)
é um romance epistolar que traz consigo a mais pura devoção da voz de um pai
assustado por uma paternidade tardia. O livro contém 126 páginas e não mantém
uma divisão em capítulos. Sua narrativa é impulsionada por um medo, medo este
tão comum entre as pessoas: o tempo. João,
um pai de meia idade já com uma longa trajetória de vida, enfrenta os
desafios do nascimento de sua filha, Bia, marcados pelo temor de lacunas
geradas pela sua ausência, dadas, possivelmente, pela iminência de uma morte
por conta de sua idade avançada. A única solução encontrada por ele, na
narrativa, para permanecer nas memórias de Beatriz é registrar e coletar suas
melhores memórias em um caderno, repleto de lições e ensinamentos que ele
desejaria partilhar com ela ao longo de sua vida, eternizando um pedaço de uma
existência, um sumo que transborda vestígios de um amor incondicional de um
pai pela sua filha. A
complexidade e delicadeza das palavras do autor contribuem para a natureza
intrinsecamente trágica do enredo, nos levando a mergulhar de cabeça no livro
particularizado por suas metáforas complexas que demonstram explicitamente a
angústia do pai, apresentada, nitidamente, por meio da falta de pontos
finais. Além disso, a divisão de frases sendo feitas apenas por vírgulas
reforçam a corrida contra o tempo do personagem para desenhar estrelas ao
redor das cicatrizes de sua filha e torcer para que, no futuro, sua escrita
possa estancar o sangue quando elas se abrirem. A
obra é de uma absurda genialidade, toca o nosso íntimo e explora nossos
sentidos. Pode-se considerar facilmente as páginas lidas deste livro como
doses homeopáticas de vida que cativam e deixam marcas, marcas de saudade.
Saudade das pessoas próximas, de momentos felizes e, principalmente, de poder
parar por alguns minutos para apreciar as coisas simples da nossa existência,
suspendendo o piloto automático em que estamos vivendo constantemente. Recomendo
este livro àqueles que desejam passar por um processo de ressignificações,
àqueles que se entregam completamente a uma leitura, visto que, se você se
permitir a experiência que este livro lhe proporcionará, ela será
surpreendentemente intensa e inesquecível. João
Anzanello Carrascoza é um escritor paulista nascido em 1962, conhecido por
seu estilo literário que explora as complexidades da vida. Ele teve seu
primeiro romance publicado em 2013 pela Cosac Naify: Aos 7 e
aos 40 (2013). Sua obra mais conhecida é Caderno de
um ausente (2014). Por esse trabalho, recebeu o Prêmio
FNLIJ, da Fundação Nacional do Livro Infantil e Juvenil, na categoria Jovem e
foi um dos ganhadores no 57º Prêmio Jabuti. CARRASCOZA,
J. A. Caderno de um ausente. São Paulo: Cosac Naify,
2014. |
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ESTUDANTE |
PREMIAÇÃO |
CATEGORIA |
OBRA |
GABRIEL AZEVEDO AMORIM VIEIRA BELO |
3º LUGAR |
TEXTO ESCRITO – ENSINO FUNDAMENTAL |
A GAROTA DO LAGO |
“A Garota do Lago” é um livro infanto-juvenil
escrito por Charlie Donlea; teve sua primeira publicação no Brasil em 2017
pela editora “Faro Editorial”, após a obra ser traduzida por Carlos Szlak e
popularizar com críticas de autores famosos como Steve Berry. Trata-se de um
drama investigativo envolvendo o assassinato de uma jovem, possui um romance
profundo e uma história perplexa, explicada através de perspectivas dos dois
personagens principais, em 295 páginas e 51 capítulos. Becca Eckersley era uma jovem estudante de
direito com um oportuno futuro em sua carreira, esta que ela desejava seguir
graças ao seu pai, um poderoso advogado, além de uma ótima vida pessoal
contendo no entanto alguns segredos; até que durante uma viagem de estudos
para Summit Lake, uma pequena e calma cidade entre montanhas, ela foi
brutalmente assassinada e encontrada na manhã do outro dia em sua moradia.
Kelsey Castle uma repórter investigativa é enviada para noticiar sobre esse
caso, e durante o seu trajeto de desvendar o que realmente aconteceu, ela se
sente cada vez mais conectada com a garota assassinada e promete para si que
não sairá da cidade até solucionar o ocorrido. A estrutura do livro possui uma divisão em 4
partes entre os capítulos, ótima escolha do autor para situar em quais
momentos as personagens estão, pois a narração ocorre a partir da exibição
dos personagens presentes em linhas do tempo diferentes, intercalando suas
visões a cada capítulo. Essa confusão pode ter ocorrido por ser meu primeiro
contato com esse estilo de apresentação, contudo depois de um curto período,
a leitura fica bem interessante, conforme a narrativa da Becca vai chegando
ao fim e a da Kelsey começa a intercalar com a da Becca em sincronia. Esta
foi a melhor experiência proporcionada pelo livro, sem esquecer é claro do
seu final, que como um leitor razoável de livros investigativos me
surpreendeu bastante, além da parte do drama que ficou uma junção perfeita
com o romance suave e intenso apresentado durante o percurso, recomendo
fortemente a leitura desta obra. Charlie
Donlea vive em Chicago com seus dois filhos e esposa. Costuma viajar por
estradas paradisíacas inspirando os cenários de seus livros de suspense.
Costuma acrescentar em suas obras como “Deixada para trás”, “Uma mulher na
escuridão” etc… algo que gosta de encontrar nos seus entretenimentos
prediletos: uma história capaz de deixar o leitor refletindo sobre ela por
muito tempo. DONLEA,
Charlie. A Garota do Lago. 2a Edição. São Paulo: Faro Editorial, 2019. |
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ESTUDANTE |
PREMIAÇÃO |
CATEGORIA |
OBRA |
BEATRIZ
AGUIAR MAIA |
MENÇÃO
HONROSA |
TEXTO
ESCRITO – ENSINO FUNDAMENTAL |
O OUTRO LADO DA HISTÓRIA |
A
obra literária “A mais bela de todas” faz parte de uma serie de livros dos
vilões da Disney, e foi escrita pela norte-americana Serena Valentino de 51
anos. O livro possuí 208 páginas e 23 capítulos, e foi publicado em 2016 pela
editora Universo dos Livros. “A
mais bela de todas” é uma adaptação do conto Branca de Neve e os sete anões,
da Disney, mas seu foco principal é contar a história da Rainha Má, mostrando
toda sua trajetória desde quando era uma plebeia até os motivos que levaram
ela a ser a vilã tão conhecida no universo da Disney por envenenar a Branca
de Neve. A
história inicia quando a Rainha trabalhava com seu pai em sua loja de
espelhos, que era a mais conhecida da cidade, ao Rei passar por ela e ver a
grande beleza da moça fica encantando, tempo depois pedindo-a em casamento; a
moça ao ser escolhida devido a sua beleza pelo Rei, começa com uma obsessão em
ser sempre a mais bela do reino. Durante
o livro você percebe que a madrasta não foi sempre má com a enteada, logo que
chega ao palácio, com a princesa ainda muito pequena ela assume o lugar de
mãe e protetora da garotinha, como é possível ver nesse trecho retirado do
livro quando três primas do rei ameaçam a menina “Eu preciso ter certeza de
que você sempre recorrerá a mim, especialmente se alguém estiver tentando
fazer-lhe mal. Estou aqui para protege-la, meu amor; não importa a situação,
você tem que confiar que sempre pode recorrer a mim.” A
obra mostra cada detalhe do que aconteceu até a rainha ficar tão fixada na
constante aprovação dada pelo escravo no espelho sobre sua beleza, que a
família que ela tanto amava e protegia acaba ficando de lado. No final da
leitura a rainha mostra seu arrependimento em ter se tornado cruel e má,
igual ao seu pai e principalmente o arrependimento de ter “matado” a princesa,
e não vendo mais alternativa de voltar a ser a mulher doce que era, decide se
jogar do penhasco para acabar com a sua obsessão. Branca de Neve, mesmo
depois de tudo que a Rainha fez, lamenta por sua madrasta não estar mais com
ela, e diz que a Rainha foi seu anjo da guarda até o dia da morte do marido. Eu
gostei muito do livro, é uma leitura muito rápida, divertida e dinâmica;
recomendo o livro para o público infanto-juvenil; é muito bom você entender
que ninguém nasce malvado e sim os fatos da vida acabam por prejudicar mais
uns do que outros, e é interessante ver a grande transformação da rainha que
era tão gentil e amorosa até se tornar uma pessoa que foi tomada pelo ego de
ser a melhor e mais bonita. Percebi
durante o livro que a beleza em que o escravo do espelho falava sempre, era a
beleza interna, não externa; enquanto a rainha não tinha inveja e pensamentos
ruins em relação aos outros, quando seu coração ainda era considerado puro,
ela era a mais bela, quando começou a ter inveja da sua Dama de Companhia,
Verona, a Dama se tornou mais bela, pois ela não retribuía a o mesmo
sentimento de ódio pela Rainha. A mesma coisa aconteceu com Branca de Neve,
que nunca teve inveja da beleza da madrasta, sempre a exaltando-a. A
reflexão dada pelo livro é muito importante de ser feita e discutida, sobre
como uma pessoa tão boa pode se transformar em um “monstro” pelo simples fato
de querer ser “A mais bela de todas.” VALENTINO,
Serena. A mais bela de todas: a história da Rainha Má / Serena
Valentino; tradução de Jacqueline Valpassos – São Paulo: Universo dos Livros,
2016. |
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ESTUDANTE |
PREMIAÇÃO |
CATEGORIA |
OBRA |
ALLANA
CARLA GONÇALVES BARBOSA |
MENÇÃO
HONROSA |
TEXTO
ESCRITO – ENSINO FUNDAMENTAL |
UM CAMINHO NEM TÃO DISTANTE DA
ATUALIDADE |
Ambientado no final da década de 30, “The
giver of star” (“Um caminho para a liberdade” em sua versão brasileira) é um
dos últimos livros da jornalista e romancista britânica Jojo Moyes, publicado
pela primeira vez no ano de 2019. Contendo 28 capítulos e 368 páginas na
versão da editora Intrínseca, traduzida por Ana rodrigues, Catharina
Pinheiro, Julia sobral Campos e Maria Carmelita Dias, o livro traz assuntos
que não são tão velhos assim. A
obra conta com cinco personagens principais; Alice Wright, Margery O’Hare,
Beth Pinker, Izzy Brandy e Sophia. Alice é uma jovem inglesa, que, por seu
sotaque repuxado e seus cabelos louros, acaba chamando atenção por onde passa.
Certo dia ela conhece Bennet, e encantada pelo jovem americano a mesma logo
fica noiva do rapaz. Quando casada, se muda para uma cidadezinha no interior
dos Estados Unidos, e é aí a menina percebe que a vida que ela imaginara não
seria nada parecido com a realidade. Numa
ida à igreja da cidade, Alice encontra a Sra. Brandy anunciando a criação de
uma biblioteca móvel totalmente feminina, onde seu intuito era levar livros à
cavalo para aqueles que não tinham acesso a uma biblioteca próxima. A
biblioteca já contava com três integrantes: Margery O’hare, uma mulher que aborrecia
a maioria dos homens da cidade por seu amor pela própria liberdade, Beth
Pinker, uma menina de cabelos louros escuros e um pouco quieta a primeiro
contato e Izzy Brandy, que, na verdade, foi empurrada pela própria mãe, Sra.
Brandy, para o projeto. Entretanto ao ver que precisavam de mais moças para o
serviço, Alice, mesmo sob protestos de seu sogro e marido, se voluntaria para
o trabalho. A última e com certeza não
menos importante a ser introduzida é a jovem Sophia, uma mulher negra com
cabelos crespo. Trazendo para história uma realidade totalmente diferente das
outras meninas, deixando o livro ainda mais rico. Nascida
em 1969, Pauline
Sara Jo Moyes, conhecida como Jojo
Moyes, era uma jornalista britânica, porém no ano de 2002 ela deixou seu
emprego de jornalista, se dedicando totalmente à profissão de escritora. Com
mais de 10 livros publicados, seu maior sucesso é o romance “Como eu era
antes de você”, obra que vendeu mais de 8 milhões de cópias, ficando em
primeiro lugar na lista de livros mais vendidos em 9 países e que, inclusive,
ganhou uma adaptação para os cinemas onde também foi destaque. Completando a
lista de sucessos, ela foi uma das poucas escritoras a ficar com três livros,
ao mesmo tempo, na lista de mais vendido da New Work Times, além de ganhar
duas vezes o prêmio Romantic Novelist's Award. Escrito por alguém como
ela, não é à toa que o livro tenha ficado incrível. Jojo pensou em cada
detalhe, envolvendo o leitor de forma extraordinária, causando desde raiva, a
tristeza e passando pelo humor e felicidade, juntando mulheres extremamente diferentes,
mas que juntas enfrentarão uma cidade inteira pelo amor aos livros. Mesmo se
passando em meados de 1937, ela conseguiu deixar o assunto extremamente atual.
Esse é um livro perfeito para aqueles que adoram uma bomba de emoções,
inspiração e esperança. MOYES, Jojo. Um caminho
para a liberdade: tradução de Ana Rodrigues, Catharina Pinheiro, Julia
Sobral Campos e Maria Carmelita Dias -1. Ed.- Rio de Janeiro: Intrínseca, 2019. |
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ESTUDANTE |
PREMIAÇÃO |
CATEGORIA |
OBRA |
FELIPE
VALÉRIO DE ANDRADE ALVES |
MENÇÃO
HONROSA |
TEXTO
ESCRITO – ENSINO FUNDAMENTAL |
MALALA, A MENINA QUE QUERIA IR PARA
ESCOLA |
Em 2013, a editora Companhia das Letras
publicou o livro da jovem ativista Malala Yousafzai : “Eu sou Malala: a
história da garota que defendeu o direito à educação e foi baleada pelo
Talibã.” Sua escrita correu o mundo e revelaram
outras obras inspiradas em sua história de vida. Dentre essas, indicamos a leitura de “Malala,
a menina que queria ir para a escola”, da escritora e jornalista brasileira
Adriana Carranca, com ilustrações de Bruna Assis Brandão, destinada ao
público infanto-juvenil e publicada em 2016. A obra literária "Malala, a menina que
queria ir para a escola", pelo título pode parecer uma história infantil
e rasa, porém o livro de Adriana Carranca é, até de certa forma pesado, pelo
que ela conta sobre a realidade de meninas paquistanesas, principalmente a de
Malala Yousafzai, que foi baleada, e quase veio a óbito aos 15 anos por
membros do grupo extremista Talibã, que comandava o Vale do Swat, local onde
a jovem habitava, somente porque ela lutava pelos direitos das mulheres,
principalmente pela educação. Adriana Carranca, a autora do livro, que foi
ao Paquistão dias depois do atentado para entender a história de Malala, é
uma renomada jornalista paulista, que trabalha como colunista e repórter
especial dos jornais "O Globo" e "O Estado de São Paulo".
Já foi enviada a diversos países mundo afora para
cobrir conflitos, como uma série de reportagens que ela fez no Iraque e na
Síria. Também conquistou diversos prêmios, como o "Troféu Mulher
Imprensa", em 2016, na categoria de "Correspondente brasileira",
além de ter ganhado com o livro sobre a paquistanesa os prêmios de
"Melhor livro informativo" e "Escritora revelação", da Fundação
Nacional do Livro Infantil e Juvenil, no mesmo ano. A personagem principal do livro, Malala
Yousafzai, é uma ativista, que, desde criança, foi incentivada pelo seu pai e
professor Ziauddin Yousafzai, a lutar pelos próprios direitos. A garota
seguiu esses conselhos e sempre defendeu a educação, sobretudo para as
meninas. Quando os talibãs chegaram ao vale do Swat, Malala tornou-se mais
conhecida pelo seu blog, através do qual, de forma anônima, dizia como estava
a caótica situação do vilarejo. O anonimato, porém, não durou muito, pois
logo foi descoberta e perseguida pelos extremistas. E, até mesmo depois de
quase falecer, Malala não se calou, chegando a ganhar o Prêmio Nobel da Paz,
em 2014, e vem-se tornando exemplo de força e perseverança para mulheres de
todo o mundo, principalmente para as que vivem em locais dominados pelo Talibã. O livro “Malala, a menina que queria ir para
a escola” é extremamente atual, pois podemos entender o que as mulheres estão
passando no Afeganistão, com a chegada do grupo Talibã, além de ser uma
leitura agradável, rápida e de fácil compreensão, pois é feita para o público
infanto-juvenil. Além de servir de inspiração, não só para meninas; e, sim,
para todos, no sentido de lutar pelo que você quer e
nunca deixar de acreditar que a educação é um direito de todos e de todas. CARRANCA,
Adriana. Malala, a menina que queria
ir para a escola. 1° ed. São Paulo: Companhia das Letrinhas, 2016. |
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ESTUDANTE |
PREMIAÇÃO |
CATEGORIA |
OBRA |
GABRIELA
MENDONÇA DE LIMA |
MENÇÃO
HONROSA |
TEXTO
ESCRITO – ENSINO FUNDAMENTAL |
GENTE ANSIOSA |
"Gente
ansiosa” é uma novela contemporânea escrita por Fredrik Backman, um
romancista e colunista sueco. Backman nasceu em Estocolmo, em 1981, e em 2012
publicou seu primeiro romance, “Um Homem Chamado Ove”, que estreou em 2015
como uma adaptação para às telas. Sua mais nova obra “Gente ansiosa” foi
lançada originalmente na Suécia em 2019 como “Folk med Angest”, mas teve sua
edição brasileira publicada apenas em 2021 pela editora Rocco. A
narrativa se desenrola no dia antes da véspera de ano novo em uma cidade
pequena, quando a partir de uma única e desastrosa ideia, tudo passa a girar
em torno de um imóvel a venda, um drama de reféns, um assaltante de banco não
tão assaltante de banco, e mais especificamente, idiotas. A partir disso,
inúmeros cenários absurdos transcorrem numa velocidade impressionante. Através
de uma escrita contagiante e boas doses de humor, o autor disserta com
maestria temas como saúde mental, relacionamentos e suicídio. É de uma beleza
dolorosa como o autor mostra as dificuldades de ser humano, todas as escolhas
que devemos fazer o tempo todo e como precisamos disfarçar que nem sempre
estamos verdadeiramente no comando de nossas vidas, porque ela segue em
frente ininterruptamente, “Porque
vivemos num tempo em que há uma quantidade inacreditável de coisas com que
todos nós devemos ser capazes de mudar”¹. Dividido
e estruturado em 74 capítulos, este romance humorístico e psicológico traz
histórias da gravidez de um casal de lésbicas, uma senhora viúva com a
nostalgia de um romance finalizado por uma vírgula, um casal de meia idade
com o casamento desgastado e uma solitária e arrogante mulher em processo de
terapia. Com personagens caracterizados por personalidades difíceis mantidos
em um drama de reféns juntos , o
autor delineia da forma mais crua possível o jeito que o ser humano enxerga
seus iguais. Nunca
li outro livro como este, é o tipo de obra que raramente temos total certeza
do que acontecerá no próximo capítulo, ou até na página seguinte. É cativante
como a história se firma no desenvolvimento dos personagens e as relações
entre si. É uma história sobre idiotas, e em geral, todos que entendem “o
quanto é idiotamente difícil existir como ser humano”¹. Indico
“Gente ansiosa” para todos os jovens que constantemente sentem o peso do mundo
em seus ombros e para todos os adultos que nem sempre tem um plano, apenas
tentam fazer o seu melhor para sobreviver ao dia, “porque haverá outro
batendo na porta amanh㔹. “A
verdade? A verdade disso tudo? A verdade é que esta foi uma história que falou
de muitas coisas diferentes, mas principalmente de idiotas. Porque estamos
fazendo o melhor que pudemos, realmente estamos. Estamos tentando ser
adultos, amar uns aos outros e entender como raios se conecta cabos USB”¹. ¹BACKMAN,
Fredrik. Gente ansiosa. Rio de Janeiro: Rocco, 2021. |
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ESTUDANTE |
PREMIAÇÃO |
CATEGORIA |
OBRA |
KEEVEN
ÁTHYLA ALMEIDA DA SILVA |
MENÇÃO
HONROSA |
TEXTO
ESCRITO – ENSINO FUNDAMENTAL |
O MEU PÉ DE LARANJA LIMA |
Nascido em fevereiro de 1920 em São Paulo e de família
paupérrima, José Mauro de Vasconcelos foi o autor de “O meu pé de laranja
lima” (publicado inicialmente em 1968), clássico da literatura que já vendeu
mais de meio milhão de exemplares em 52 idiomas ao redor do mundo. Apesar de
sua genialidade na esfera literária, José Vasconcelos jamais formou-se
academicamente e precisou trabalhar desde muito cedo para auxiliar
financeiramente sua família, exercendo
profissões de treinador de boxe a garçom. Escreveu também outros livros (seu
primeiro sucesso literário foi “Rosinha, Minha Canoa''), mas nenhum deles se
compara à referida obra, que, além de ser magnífica, é uma autobiografia. Um
livro que, apesar de ter sido escrito em apenas doze dias, impactou gerações
passadas e provavelmente ainda impactará muitas outras que estão por vir. A
releitura do romance autobiográfico “O meu pé de laranja lima” em peça
teatral, filme e novela televisiva comprovam a característica atemporal dessa
obra. A obra narra um curto
período da vida de Zezé, um menino que vive na extrema pobreza em Bangu,
subúrbio do Rio de Janeiro, e que faz de sua imaginação um refúgio para se
manter longe da árdua realidade ao seu redor, “um meninozinho que um dia descobriu
a dor”. É um menino que gosta de poucas pessoas, que faz amizade com animais
e plantas e cuja infância foi, em parte, destruída pela necessária e precoce
aprendizagem de aspectos referentes à vida adulta. Seu melhor amigo é um pé
de laranja lima, chamado de Minguinho, ou Xururuca. Zezé conversava muito com
ele, que dizia ser “a coisa mais linda do mundo”. As precocidades desse
rapaz, dentre as quais podemos citar o fato de que ele aprendeu a ler
sozinho, surpreenderam a todos. Apesar de tantas dificuldades no dia a dia,
ele encontrava prazeres em objetos simples, como, certa feita, trocou algumas
figurinhas suas por um simples besouro: “peguei o besouro, enfiei no bolso e
fui-me embora”. Muitos dos mais sábios e experientes leitores consideram a obra
emocionante e muito impactante. Há uma profunda reflexão acerca de aspectos
relacionados à pobreza extrema e às dificuldades pelas quais passam várias
famílias nas periferias brasileiras ainda na atualidade, dentre as quais,
pode-se citar a ausência de saneamento básico, como presente no trecho:
“Cheguei perto do capinzal do valão e olhei a água suja escorrendo. ” Essas e outras
dificuldades, principalmente de ordem financeira e social, acabam por
interferir negativamente no futuro de muitos jovens, visto que centenas deles
necessitam interromper os estudos para trabalhar desde muito cedo, como
ocorreu com Zezé, cujo sonho era ser “poeta de gravata de laço”, e com José
Mauro de Vasconcelos, o criador da obra. Muitas pessoas insistem em afirmar
que a sociedade brasileira atual precisava de pessoas que fizessem algo
profundo, impactante e que provocasse na sociedade atual uma profunda
reflexão. José Mauro de Vasconcelos e Zezé, sem dúvida, conseguiram. VASCONCELOS, José
Mauro de. O meu pé de laranja lima. 3ª edição. São Paulo:
Melhoramentos, 2009. |
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ESTUDANTE |
PREMIAÇÃO |
CATEGORIA |
OBRA |
LETÍCIA
DE MELO FERREIRA |
MENÇÃO
HONROSA |
TEXTO
ESCRITO – ENSINO FUNDAMENTAL |
1984 |
Publicada
em junho de 1949, “1984” se tornou a obra de mais sucesso do romancista George
Orwell, pseudônimo de Eric Arthur Blair. O escritor que nasceu no dia 25 de
junho de 1903, na Índia, estudou em instituições elitizadas e atuou na
polícia imperial da Birmânia por cinco anos, quando abandonou o cargo. Dispôs
de uma carreira marcada pelas publicações de seus manuscritos, que teve fim
com sua morte aos 46 anos, vítima de tuberculose. O
livro traz uma perspectiva futurista de uma sociedade controlada sob regime
totalitário de certo partido político. Nesta realidade idealizada por Orwell,
as buscas por liberdade e individualidade são altamente extinguidas, onde,
sobretudo, o passado e a verdade são dominados pelo partido. Em função das
diretrizes regidas por este, todos são vigiados pelas “teletelas”,
tecnologias desenvolvidas pelo governo do “grande irmão”, a fins de
supervisionar a população e servir de televisor. Desfrutando
de uma vida limitada às condutas submetidas, Winston Smith trabalha no
Ministério da Verdade, reescrevendo artigos e publicações provenientes de
tempos passados, de modo a apoiar o partido. O homem possui julgamentos
contraditórios às ideias partidárias, tais quais não deveria dar-se a
liberdade de executar, uma vez que, descoberto pela polícia do pensamento,
seria criminalizado imediatamente. Winston se põe em uma situação difícil ao
se relacionar romanticamente com Júlia, visto que alianças deste grau de
afeto não são apropriadas às normas governamentais. Conseguirá Winston
sobreviver aos encontros às escondidas e sair impune de seus crimes? “1984”
é uma obra que implica em acontecimentos passados, presentes e futuros. Ela
reflete na nossa realidade atual, onde existem países que se assemelham às
condições determinadas por Orwell, em que a liberdade e a privacidade são
cada vez mais represadas. Ao lê-la, questionamentos envolvem a nossa mente e
a ansiedade pelo descobrimento do que é verídico, ou não, nos consome ao
decorrer da história. |
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ESTUDANTE |
PREMIAÇÃO |
CATEGORIA |
OBRA |
LÍCIA
LARISSA ASSIS DE AMORIM |
MENÇÃO
HONROSA |
TEXTO
ESCRITO – ENSINO FUNDAMENTAL |
O DIÁRIO DE ANNE FRANK |
O
diário de Anne Frank, um dos clássicos da literatura, tem por sua autoria uma
adolescente de 13 anos. O falecimento precoce da jovem, por conseguinte, tornou
encarregado de publicar o diário, Otto Frank, que além de ser pai da jovem e
banqueiro, fundou a Editora ANNE FRANK FONDS, publicando o livro em 1947 na
Holanda e permitindo que a obra ficasse mundialmente conhecida, que em suas
principais versões contém 352 páginas. Anne nasceu em 12 de junho de 1929, na
Alemanha, pertencente a uma família de 4 pessoas, todas judias e não
obstinadas a abrir mão de suas vidas, que se abrigaram, estrategicamente, em
um lugar adaptado durante a ascensão de Adolf Hitler. O
cenário em que o mundo se encontrava enquanto Anne escrevia em seu diário, era
devastador, os países travavam a Segunda Guerra Mundial no ápice da
adolescência da caçula da família Frank. Vale ressaltar, que esse momento
histórico começou em setembro de 1939 e perdurou até setembro de 1945; a
menina começou a escrever na data de seu nascimento, e o seu “companheiro de
aventuras” teve suas páginas manuseadas por ela pela última vez em 1° de
agosto de 1944. O diário de Anne, apelidado de Kitty, é um relato das
atrocidades desse período, usado muitas vezes como referência no ambiente
escolar, quando se tem como objetivo incentivar a leitura e impulsionar o
interesse histórico. Em
um anexo secreto, escondido na empresa de seu pai e contando com a ajuda de Victor
Kugler, Johannes Kleimam, Miep Gies e Elisabeth Voskuijl e outras pessoas, Anne
e sua família vivem juntamente com a família Van Pells, o vendaval das
batalhas do século XX na Holanda. Concomitantemente, Anne não só nos informa
acerca das atualizações conflitantes, mas explora as descobertas e reflexões
de sua faixa-etária. Trazendo em forma de críticas objetivas, claras e com
desenvoltura melhor do que o estimado, os relatos proporcionam um mergulho
junto com Anne nos acontecimentos do cotidiano, fazendo o leitor acompanhar
seus vínculos afetivos; seus conhecimentos adquiridos precocemente; o medo
infiltrado no dia a dia de uma forma até o momento desconhecida; barulhos
simplórios tornando-se sinal de alerta; a vida dentro de um cubículo e o
andamento dos estudos em meio ao caos. A
obra literária que permite ao leitor emocionar-se ao rolar das páginas, possui
uma leitura instigante, prazerosa e que desbrava a criação dos laços
empáticos com o próximo. Traz um despertar e meditar acima da natureza
humana, contestando os preceitos já estabelecidos na sociedade e abordagem de
temas que são censurados preconceituosamente pela invalidação da
inteligência, personalidade, capacidade física e intelectual de acordo com
sua cor, religião, sexualidade, nacionalidade e conhecimento. |
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ESTUDANTE |
PREMIAÇÃO |
CATEGORIA |
OBRA |
MARIA
EMANUELE DA SILVA LIMA |
MENÇÃO
HONROSA |
TEXTO
ESCRITO – ENSINO FUNDAMENTAL |
O ASSASSINATO NA CABINA 2 |
A obra “O assassinato no Expresso do Oriente” é escrita por
Agatha Christie, conhecida também como “a rainha do crime”. Nasceu na
Inglaterra, em 1890 e faleceu em 1976. Atuou como romancista, contista,
dramaturga e poetisa. Escreveu oitenta romances, mais de doze peças e várias coletâneas
de contos. O livro possui 197
páginas e é dividido em três partes: “os fatos”, com oito capítulos; “os
testemunhos”, com quinze; e “Hercule Poirot para e pensa”, com nove. Além de ter
também, alguns trechos em francês. É do gênero
romance policial, foi lançado em 1934 e já passou por várias adaptações para
filmes. É uma ótima escolha para quem deseja começar a ler este gênero e
quer sair um pouco do “normal” e comum. Relata a
história do detetive Hercule Poirot, que estava viajando para Istambul, mas,
ao chegar no hotel, recebe uma correspondência e precisa voltar imediatamente
para Londres. Assim, embarca no trem Expresso Oriente com a ajuda de Bouc,
seu amigo e diretor na companhia, já que estava lotado. Após alguns dias de
viagem, o trem para na estação devido a forte nevasca e, Poirot é solicitado
para resolver um assassinato que havia sido cometido a facadas contra um dos
passageiros no trem. A partir disso,
o detetive começa a investigar o caso, descobre novas informações, ouve os
depoimentos de todos que estavam no trem, examina a bagagem dos passageiros,
pensa e chega em uma conclusão, descobrindo quem é o assassino. Gostei bastante
do livro, apesar de ter sido um grande desafio lê-lo, pois nunca tinha lido
um livro de romance policial e nem gostava muito. A linguagem é um pouco
complexa e difícil, e algumas partes são mais difíceis do que outras para a
compreensão. Mas mesmo assim, a autora faz com que o leitor fique curioso e
não consiga parar de ler, ficando preso do início ao final, que é
surpreendente. |
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ESTUDANTE |
PREMIAÇÃO |
CATEGORIA |
OBRA |
MARIA
JÚLIA DE ALMEIDA BRAGA CAMARGO |
MENÇÃO
HONROSA |
TEXTO
ESCRITO – ENSINO FUNDAMENTAL |
DA ARTE À REVOLUÇÃO, DA REVOLUÇÃO À ARTE |
A
coleção de livros “Antiprincesas”, escrita pela mestra jardineira, escritora
e jornalista argentina Nadia Fink, que também produziu a coleção de livros
“Antiheróis” e trabalha na edição de diversos editoriais argentinos, como o
El Colectivo, tem o objetivo de levar histórias de mulheres importantes,
revolucionárias e reais para o público infantil e infanto-juvenil de todo o
Brasil. Em
um dos livros dessa coleção, Frida Kahlo para meninos e meninas, é
possível conhecer uma mulher inspiradora: Frida Kahlo. Nesse livro, Nadia
Fink narra a história da pintora desde seu nascimento, em 1907, à sua morte,
em 1954, com destaque para as experiências dessa pintora e ativista. Na
infância, Frida se interessava por arte e fotografia por influência do seu
pai. Na adolescência, ela fez uma prova para ingressar na melhor escola do
México em uma época em que era quase impossível uma mulher estudar, pois a
prioridade era o homem. Mesmo assim, persistiu e foi uma das 35 meninas que
estudavam em uma escola com 2.000 meninos. Nesse mesmo período, sofreu um
acidente e quase não sobreviveu. Devido a isso, precisou ficar de repouso e
ficava muito entediada. Então, colocou um espelho em frente a sua cama e
começou a pintar autorretratos. A partir desse momento, ela não parou mais. Na
fase adulta, Frida Kahlo estudou desenho e conheceu o pintor Diego Rivera,
que se apaixonou pelos seus quadros e pela pintora que os produzia. Os dois
se casaram, contudo não durou muito tempo, pois o relacionamento era abusivo
e havia diversas traições. Kahlo, desse modo, se separou de Rivera e
continuou sua carreira como pintora. Além
de pintar obras que tratavam sobre críticas sociais, seu país e vários
autorretratos, Frida participou de muitos protestos e manifestações até o fim
de sua vida. Como ela mesma dizia: “Viva la Vida”! Em
todo o livro, é possível encontrar diversas curiosidades e significados de
palavras que ajudam a compreender melhor o enredo e fazem com que o leitor
aprenda coisas novas. Com uma linguagem acessível a todos, essa obra
possibilita que as crianças, desde cedo, conheçam, assim como Frida, outras
personalidades incríveis e reais, oportunizando que se inspirem nessas
personagens, para seguirem seus sonhos, quebrarem estereótipos e
revolucionarem o mundo. Pois, o futuro somos nós quem construímos! FINK,
Nadia. Frida Kahlo para meninos e meninas. Florianópolis: Editora
Chirimbote, 2015. |
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ESTUDANTE |
PREMIAÇÃO |
CATEGORIA |
OBRA |
MARIA
LUÍSA DE SÁ ROSA FIGUEIRÊDO SOARES |
MENÇÃO
HONROSA |
TEXTO
ESCRITO – ENSINO FUNDAMENTAL |
OTELO |
Otelo é uma
tragédia escrita por William Shakespeare em, possivelmente, 1603. Shakespeare foi um poeta,
dramaturgo e ator inglês. Nascido em Stratford-upon-Avon, na Inglaterra, foi um dos maiores, se não o maior,
dramaturgos e autores da história. Escreveu diversas tragédias e peças
famosíssimas e históricas, como Hamlet, MacBeth, Otelo, Romeu e Julieta,
entre muitas outras. Suas
obras têm diversas
referências a eventos e personagens históricos, o que nos faz entender e
refletir sobre a época em que foram escritas. Tudo começa quando
o general mouro de Veneza nomeia Miguel Cássio, florentino, como seu tenente,
no lugar de Iago. O
sub-oficial é tomado por pura ira e inveja, começando um plano de vingança hediondo contra
Otelo. E assim começamos com
a
primeira cena da
tragédia, quando Iago tenta e consegue convencer Rodrigo, antigo pretendente da bela Desdêmona, a
contar que ela fugiu de sua própria casa
para casar-se com Otelo, ao pai da garota, Brabâncio, senador respeitado de
Veneza. Após discussões, é marcada uma reunião com o Conselho de Veneza para
debater o assunto e decide-se que o Mouro e sua amada poderão ficar juntos. O
resto da história se passa no Chipre, onde Otelo foi chamado para governar
temporariamente. Lá, Iago começa seu segundo plano vingativo, onde mataria
dois coelhos com uma cajadada só: derrubaria tanto Otelo, como Miguel Cássio.
Aos poucos, com as mais diversas estratégias, Iago influenciaria o general a
desconfiar e acreditar que as duas pessoas em que mais confiava estavam
traindo-o, sua esposa e seu tenente. Tudo isso enlouqueceu completamente
Otelo, que acaba acreditando no que o vilão lhe disse e, ao fim da obra, mata
a sua pobre e inocente esposa. Mesmo
tendo sido escrita há cerca de 400 anos, essa tragédia Shakespeariana nos
traz reflexões importantíssimas para os dias de hoje, como racismo,
xenofobia, ciúme, traição, amor e, a principal delas, a confiança. Entre as minhas reflexões, penso que a verdadeira semente da
desconfiança e do ciúme plantada na cabeça de Otelo tenha sido o aviso de seu
sogro no começo da obra: “fique de olho, Mouro, seja minucioso, quem enganou
o pai, pode enganar o esposo”. Acredito que talvez, se não fosse por essa
frase, o plano de Iago não tivesse obtido sucesso. Além disso, julgo importante ressaltar que Otelo sofria muito mais
preconceito por ser bárbaro, do que por ser negro. Isso pode ser percebido em
vários trechos ao longo do livro. Acrescente-se ainda o fato de que naquela
época havia muito preconceito com pessoas dessa origem. Otelo
foi uma das obras mais incríveis que já li. Desenvolve os personagens de
maneira excepcional, provocando reflexões a respeito de importantes questões
atemporais, ininterruptamente, dentro de seu universo singular e sempre
surpreendente. SHAKESPEARE, William. Otelo. São Paulo:
Principis, 2021. |