Oficina de leitura e produção de texto
dia 10/11/2012
dia 10/11/2012
Rubem Alves, em “O
país dos dedos gordos”, recria lúdica e metaforicamente nossa própria sociedade
numa literatura infanto-juvenil que não atrai apenas crianças, mas também
jovens e adultos sedentos para ver o mundo sob um novo olhar.
Em um reino
distante e alegre, nasce uma menininha linda, mansa e fofa, envolvida por todo
corpo por um círculo mágico e protetor. Apenas o dedo “seu-vizinho”, por
inclemência do destino, fica desprotegido e exposto. Esse pequeno descuido é
suficiente para causar grandes transformações no reino. A praga de uma bruxa
faz com que o dedo engrosse eternamente, virando um dedão grotesco e vermelho.
O rei e a rainha
tentam de todas as formas anularem o feitiço, mas nada surte efeito. Até que um
sábio tem a ideia de fazer o dedo dos outros ficarem iguais aos da princesinha,
assim ela não seria uma estranha e todos ficariam iguais e felizes. À primeira
vista é uma ideia excelente. O rei decide então criar um baile onde só os
maiores e mais grossos dedos poderiam entrar.
Mas o que se sucede
é um infortúnio. Os moradores do reino passam a viver em função do dedo
“seu-vizinho” e esquecem-se de sorrir, brincar e cantar. As escolas só ensinam
a filosofia do dedo gordo e os pais querem engordar a todo custo o dedo dos
filhos. Deixam de lado as coisas que davam prazer e se dedicam o ano inteiro
para tentar uma vaga no baile. No entanto, muitas vezes o tremendo esforço era
em vão. Os jovens não conseguiam entrar na festa e ficavam tristes e
inconsoláveis. O reino foi aos poucos perdendo a avidez.
Em uma obra rica em
detalhes e em imagens, Rubem Alves vai além de “uma história sobre dedos” e
traz à tona uma realidade vigente. Condicionada a obter um diploma, nossa
juventude vive em prol de um ingresso para um “baile mágico” chamado faculdade
e acaba por esquecer as verdadeiras alegrias da vida. Num livro aparentemente
infantil (aparências enganam!) vivenciamos uma lição que, muitas vezes, só
aprendemos tarde demais: o que importa é que cada um seja um eterno aprendiz da
alegria.
Julia Lopes
Manual
de auto-criação
Manoel Ribeiro, foi professor universitário, político e
provavelmente um pai muito bom. Seu filho, João Ubaldo Ribeiro, importante
escritor contemporâneo e atual membro da Academia Brasileira de Letras,
relembrou essa última característica de sua criação no livro "Dez Bons
Conselhos de Meu Pai", uma coletânea de virtudes e modos de usá-las, ou um
"lifehack" com sabedorias para crianças. Porém, para as crianças
eternas que nos habitam.
São conselhos básicos, como "Não seja colonizado", "Não
seja intolerante", "Não seja indiferente", entre outros,
fundamentais por promoverem o tipo de atitude tão relacionada com a nossa
criação e arraigada ao subconsciente (freudianismos), que uma sistematização
dos tais acaba por delatar-nos para nós mesmos, a partir de uma linguagem
acessível ao público infantil, e que em poucas linhas (afinal, trata-se de uma
lista) mostra como grande parte do "Mal Estar da Civilização" poderia
ser evitada caso deixasse de ser costume, passado de pai para filho.
A lista de conselhos e os comentários que a permeiam dialogam com
ilustrações de Bruna Assis Brasil; os desenhos são interessantes colagens de
traços e texturas que remetem em geral ao tema familiar, e apresentam elementos
do universo retrô, além de um tom amarelado que lembra fotografias antigas.
Dez Bons Conselhos de Meu Pai, como ressalta o próprio João Ubaldo no início, é uma proposta de "consciência política", e sendo assim, de metodologia para a formação de seres humanos.
Dez Bons Conselhos de Meu Pai, como ressalta o próprio João Ubaldo no início, é uma proposta de "consciência política", e sendo assim, de metodologia para a formação de seres humanos.
Clarissa Xavier
Fábulas de Bia
Quem não gosta de uma boa fábula? Aquelas que fazem você rir,
pensar e recontar para outros as histórias! Pois se você gosta vai adorar essa
obra.
Esse livro conta vinte fábulas:'' O galo e a raposa '', você vai
descobrir que contra a esperteza tem esperteza e meia, '' O lobo e o cordeiro
'', nem sempre o bem vence o mal,'' A raposa e as uvas '', quem desdenha quer
comprar, '' O ladrão e o cão de guarda '', mas vale o pouco garantido a vida
inteira do que o muito hoje, '' O burro o leão '', a bondade vence a
ignorância, '' O cão e a carne '', quem tudo quer nada tem, '' O leão, a vaca,
a cabra e a ovelha'', como os mais fortes não devemos fazer sociedade, entre
muitas outras histórias...
Ruth Rocha nasceu em 1931, na cidade de São Paulo, se dedicou 7
anos da sua vida para escrever na revista '' Recreio'', e só em
1976 publicou seu primeiro livro. Ela atualmente é membro do conselho curador
da Fundação Padre Anchieta.
Gostei muito do livro, porque ele me ensinou mais sobre o mundo e
de uma forma divertida, e por esse motivo recomendo a obra a você!
Beatriz Pontes